Foi lançado, finalmente, o tão aguardado álbum Undenge Wetu do consagrado cantor angolano Né Gonçalves e o resultado é, em todos os sentidos, uma ode à maturidade artística, à sofisticação sonora e à coragem de experimentar sem trair as raízes.
Treze faixas compõem este trabalho que, desde o primeiro acorde, se apresenta como um percurso de afectos, ritmos e pertenças. Um verdadeiro manifesto musical que confirma: o semba não está apenas vivo, está em diálogo com o mundo, sem perder o sotaque de Luanda.
A música que dá título ao álbum, Undenge Wetu, é mais do que uma canção, é um hino à ancestralidade partilhada. A presença vibrante de Yuri da Cunha empresta-lhe força e brilho, num dueto que não só homenageia os mestres do semba, como nos convoca à celebração da herança que pulsa nos corpos e nas memórias de um povo inteiro.
Segue-se Voo do Fado, talvez a mais ousada das experiências deste disco, em que o semba e o fado cruzam destinos e lágrimas. Com a voz límpida de Soraia Cardoso, esta faixa voa mesmo — entre Alfama e os musseques — como uma ponte afectiva entre duas margens do Atlântico, onde a melancolia se transforma em esperança.
E se falamos de afecto e pertença, Bus Odjos, com Tito Paris, é pura doçura. A morna cabo-verdiana dança com o semba num compasso de saudade e ternura, revelando a beleza do reencontro entre irmãos que se reconheceram nas dores e nos sonhos de África.
Mas o álbum não se limita às suas colaborações de luxo. Ele respira em cada arranjo, em cada pausa bem medida, em cada detalhe da produção musical que denota rigor e entrega. Com participações de 58 músicos oriundos de dez países, gravado em múltiplas geografias, Undenge Wetu é uma obra que desafia fronteiras sem perder o chão.
Né Gonçalves não se contenta em repetir fórmulas. Reinventa-se. Mostra que é possível ser clássico e contemporâneo, fiel e arrojado, tradicional e cosmopolita. Depois de Luanda Meu Semba e Sembamar, este disco coloca-o definitivamente entre os grandes nomes da música do mundo.
Mais do que um álbum, Undenge Wetu é uma viagem. É Angola a cantar com o coração aberto, é o semba de braços dados com outras sonoridades, é a música a cumprir o seu papel maior: unir, emocionar, transformar.
Para ouvir de olhos fechados e alma aberta.
Foi lançado, finalmente, o tão aguardado álbum Undenge Wetu do consagrado cantor angolano Né Gonçalves e o resultado é, em todos os sentidos, uma ode à maturidade artística, à sofisticação sonora e à coragem de experimentar sem trair as raízes.
Treze faixas compõem este trabalho que, desde o primeiro acorde, se apresenta como um percurso de afectos, ritmos e pertenças. Um verdadeiro manifesto musical que confirma: o semba não está apenas vivo, está em diálogo com o mundo, sem perder o sotaque de Luanda.
A música que dá título ao álbum, Undenge Wetu, é mais do que uma canção, é um hino à ancestralidade partilhada. A presença vibrante de Yuri da Cunha empresta-lhe força e brilho, num dueto que não só homenageia os mestres do semba, como nos convoca à celebração da herança que pulsa nos corpos e nas memórias de um povo inteiro.
Segue-se Voo do Fado, talvez a mais ousada das experiências deste disco, em que o semba e o fado cruzam destinos e lágrimas. Com a voz límpida de Soraia Cardoso, esta faixa voa mesmo — entre Alfama e os musseques — como uma ponte afectiva entre duas margens do Atlântico, onde a melancolia se transforma em esperança.
E se falamos de afecto e pertença, Bus Odjos, com Tito Paris, é pura doçura. A morna cabo-verdiana dança com o semba num compasso de saudade e ternura, revelando a beleza do reencontro entre irmãos que se reconheceram nas dores e nos sonhos de África.
Mas o álbum não se limita às suas colaborações de luxo. Ele respira em cada arranjo, em cada pausa bem medida, em cada detalhe da produção musical que denota rigor e entrega. Com participações de 58 músicos oriundos de dez países, gravado em múltiplas geografias, Undenge Wetu é uma obra que desafia fronteiras sem perder o chão.
Né Gonçalves não se contenta em repetir fórmulas. Reinventa-se. Mostra que é possível ser clássico e contemporâneo, fiel e arrojado, tradicional e cosmopolita. Depois de Luanda Meu Semba e Sembamar, este disco coloca-o definitivamente entre os grandes nomes da música do mundo.
Mais do que um álbum, Undenge Wetu é uma viagem. É Angola a cantar com o coração aberto, é o semba de braços dados com outras sonoridades, é a música a cumprir o seu papel maior: unir, emocionar, transformar.
Para ouvir de olhos fechados e alma aberta.