O CEO da Pumangol, Ivanilson Machado, afirmou em Luanda que “muitas vezes os líderes não vão ao terreno e acabam por não serem participativos no dia-a-dia das pessoas”, entendendo que “muitos líderes não olham à sua volta”.
“Será que o colaborador está bem? Precisa de alguma coisa? Será que estamos de facto a dar as condições de trabalho dignas para que ele possa estar aqui e produzir feliz? E nós vemos muitas vezes que não. As empresas têm em mente que a principal forma de compensar o colaborar é pagando bem, mas não, e hoje em dia nós podemos ter a certeza absoluta que não, porque se nota na prática o resultado”, observou o gestor, enquanto orador convidado da 4ª edição da Conferência Internacional de Liderança – Move Angola, quando proferiu essas palavras.
Durante a sua apresentação, Ivanilson, que falava sobre liderança inclusiva, defendeu ser muito mais importante um ambiente de trabalho saudável, digno, de investimento nas pessoas, “as pessoas saberem que existe confiança naquilo que elas estão aí a fazer”. “Sei de muitos exemplos em que se o chefe não estiver, as coisas não avançam. E a confiança? Onde está? A autonomia que deve se dar às pessoas? Tudo isso cria boa energia de trabalho, as pessoas têm de saber que estão ali e são parte do processo”, argumentou, lamentando o facto de hoje haver “muita liderança em que isto não existe”, e o que acaba por acontecer é desmotivar o colaborador, muitas vezes, mesmo este ganhando bem.
“Se aparecer uma coisa melhor, ele vai. Hoje em dia, a grande preocupação que nós tivemos e que eu posso dizer que se nota na Pumangol é que as pessoas precisam ter orgulho de trabalhar onde estão, precisam sentir o impacto de todos os dias sentirem felizes e ir para aquele local de trabalho, ao contrário de ir apenas porque têm de justificar o salário”, continuou, advogando ainda ser preciso a pessoa sentir-se bem, saber que vai para um sítio com um ambiente de trabalho saudável, com colegas solidários, com pessoas com quem podem sorrir, existe uma boa energia, “num sítio onde não se fala apenas de trabalho”, onde pode falar com o colega, praticar desporto...
O líder organizacional, cujo tema de apresentação no evento, decorrido em Outubro último, foi “Criar boa energia”, comentou haver uma série de vertentes que hoje são capazes de criar uma boa energia no ambiente de trabalho, mas existe muita reticência em implementá-las “porque muitos líderes pensam que, do ponto de vista hierárquico, lidar com os trabalhadores será desrespeito e dar confiança demais”.
“A liderança de porta aberta hoje não se vê muito nas empresas ainda, deveria haver mais, mas eu, cada vez que vou com a minha equipa visitar os postos pelo país afora, noto realmente o impacto que é as pessoas sentirem a presença da liderança, o bem que lhes faz saberem que estamos ali para apoiar e entender as dificuldades no terreno para posteriormente chegar ao escritório, anotar e analisar as dificuldades que eles têm, implementar e apoiá-los”, partilhou.
Ivanilson Machado revelou igualmente que muitas vezes a sua instituição recebe relatórios de pessoas que dizem algo como “olha, desde que elaboramos este posto, é a primeira e única vez que vemos alguém da direcção aqui, dez anos depois”. “Muitos dizem que nunca sequer viram o CEO aqui, no Cunene, no Soyo, estiveram aqui alguns directores mas nunca esteve aqui mais ninguém da direcção da empresa. E eu pergunto, como é que há líderes que gerem o activo mais importante que uma instituição pode ter, que são as pessoas, sem irem ao terreno falar com elas? De facto é uma dificuldade muito grande que eu tenho em perceber como é que é possível ser feito”, lamentou o orador, que tem como grande referência de liderança, entre outras personalidades, a sua avó materna, modelo para ter a visão direccionada que possui, segundo fez saber.
O responsável defende que um chefe deve ser esperado, admirado, seguido, sendo que, doutra forma, é tudo menos um líder. Se for temido é tudo, menos um líder, reforçou. Para ele, as melhores formas que existem de se criar uma boa energia no ambiente de trabalho, acima de tudo, é a empatia. “Costumo dizer que o facto de chegar e cumprimentar todo mundo, desde o porteiro à senhora da limpeza, é muito importante. É muito importante as pessoas sentirem que a presença deles ali é respeitada pela pessoa mais alta da empresa, e muitas vezes não é assim, eu vejo até de pessoas que não são nem CEOs da empresa, são só directores”, criticou.
Entretanto, sobre a sua referência de referência de liderança, Ivanilson contou que, quando mais nova, a sua avó já era uma pessoa que ele, muito pequeno, acompanhava e via o espírito empreendedor, características que hoje muitos líderes têm, mas ela, sem formação na área ou superior, já tinha patente que era importante olhar para as pessoas e que o negócio fosse sustentável, “que era importante a partilha e não estar bem apenas ela, mas com aqueles que estão à sua volta”.
Aprendeu, revelou ainda, também a importância da solidariedade, pois “é impossível estarmos bem e andarmos olhar à volta e vermos uma série de coisas que não funcionam, podermos fazer alguma coisa por isso, mas não se fazer nada”.
A paternidade foi outro momento importante para moldá-lo, partilhou. “Foi a partir da paternidade que eu comecei a ter noção da responsabilidade que eu tinha sobre outras pessoas, onde comecei a ter noção da importância de partilhar e demonstrar amor ao próximo. Onde comecei a perceber que pessoas à minha volta, que trabalham comigo, também têm filhos para criar e precisam dar a eles aquilo que dou ou quero dar aos meus filhos. Então, a paternidade, para mim, elevou-me a um patamar de responsabilidade muito importante para a liderança que eu exerço hoje junto das pessoas que fazem parte da empresa que estou a gerir”, concluiu.
*Com Natália Delessi
O CEO da Pumangol, Ivanilson Machado, afirmou em Luanda que “muitas vezes os líderes não vão ao terreno e acabam por não serem participativos no dia-a-dia das pessoas”, entendendo que “muitos líderes não olham à sua volta”.
“Será que o colaborador está bem? Precisa de alguma coisa? Será que estamos de facto a dar as condições de trabalho dignas para que ele possa estar aqui e produzir feliz? E nós vemos muitas vezes que não. As empresas têm em mente que a principal forma de compensar o colaborar é pagando bem, mas não, e hoje em dia nós podemos ter a certeza absoluta que não, porque se nota na prática o resultado”, observou o gestor, enquanto orador convidado da 4ª edição da Conferência Internacional de Liderança – Move Angola, quando proferiu essas palavras.
Durante a sua apresentação, Ivanilson, que falava sobre liderança inclusiva, defendeu ser muito mais importante um ambiente de trabalho saudável, digno, de investimento nas pessoas, “as pessoas saberem que existe confiança naquilo que elas estão aí a fazer”. “Sei de muitos exemplos em que se o chefe não estiver, as coisas não avançam. E a confiança? Onde está? A autonomia que deve se dar às pessoas? Tudo isso cria boa energia de trabalho, as pessoas têm de saber que estão ali e são parte do processo”, argumentou, lamentando o facto de hoje haver “muita liderança em que isto não existe”, e o que acaba por acontecer é desmotivar o colaborador, muitas vezes, mesmo este ganhando bem.
“Se aparecer uma coisa melhor, ele vai. Hoje em dia, a grande preocupação que nós tivemos e que eu posso dizer que se nota na Pumangol é que as pessoas precisam ter orgulho de trabalhar onde estão, precisam sentir o impacto de todos os dias sentirem felizes e ir para aquele local de trabalho, ao contrário de ir apenas porque têm de justificar o salário”, continuou, advogando ainda ser preciso a pessoa sentir-se bem, saber que vai para um sítio com um ambiente de trabalho saudável, com colegas solidários, com pessoas com quem podem sorrir, existe uma boa energia, “num sítio onde não se fala apenas de trabalho”, onde pode falar com o colega, praticar desporto...
O líder organizacional, cujo tema de apresentação no evento, decorrido em Outubro último, foi “Criar boa energia”, comentou haver uma série de vertentes que hoje são capazes de criar uma boa energia no ambiente de trabalho, mas existe muita reticência em implementá-las “porque muitos líderes pensam que, do ponto de vista hierárquico, lidar com os trabalhadores será desrespeito e dar confiança demais”.
“A liderança de porta aberta hoje não se vê muito nas empresas ainda, deveria haver mais, mas eu, cada vez que vou com a minha equipa visitar os postos pelo país afora, noto realmente o impacto que é as pessoas sentirem a presença da liderança, o bem que lhes faz saberem que estamos ali para apoiar e entender as dificuldades no terreno para posteriormente chegar ao escritório, anotar e analisar as dificuldades que eles têm, implementar e apoiá-los”, partilhou.
Ivanilson Machado revelou igualmente que muitas vezes a sua instituição recebe relatórios de pessoas que dizem algo como “olha, desde que elaboramos este posto, é a primeira e única vez que vemos alguém da direcção aqui, dez anos depois”. “Muitos dizem que nunca sequer viram o CEO aqui, no Cunene, no Soyo, estiveram aqui alguns directores mas nunca esteve aqui mais ninguém da direcção da empresa. E eu pergunto, como é que há líderes que gerem o activo mais importante que uma instituição pode ter, que são as pessoas, sem irem ao terreno falar com elas? De facto é uma dificuldade muito grande que eu tenho em perceber como é que é possível ser feito”, lamentou o orador, que tem como grande referência de liderança, entre outras personalidades, a sua avó materna, modelo para ter a visão direccionada que possui, segundo fez saber.
O responsável defende que um chefe deve ser esperado, admirado, seguido, sendo que, doutra forma, é tudo menos um líder. Se for temido é tudo, menos um líder, reforçou. Para ele, as melhores formas que existem de se criar uma boa energia no ambiente de trabalho, acima de tudo, é a empatia. “Costumo dizer que o facto de chegar e cumprimentar todo mundo, desde o porteiro à senhora da limpeza, é muito importante. É muito importante as pessoas sentirem que a presença deles ali é respeitada pela pessoa mais alta da empresa, e muitas vezes não é assim, eu vejo até de pessoas que não são nem CEOs da empresa, são só directores”, criticou.
Entretanto, sobre a sua referência de referência de liderança, Ivanilson contou que, quando mais nova, a sua avó já era uma pessoa que ele, muito pequeno, acompanhava e via o espírito empreendedor, características que hoje muitos líderes têm, mas ela, sem formação na área ou superior, já tinha patente que era importante olhar para as pessoas e que o negócio fosse sustentável, “que era importante a partilha e não estar bem apenas ela, mas com aqueles que estão à sua volta”.
Aprendeu, revelou ainda, também a importância da solidariedade, pois “é impossível estarmos bem e andarmos olhar à volta e vermos uma série de coisas que não funcionam, podermos fazer alguma coisa por isso, mas não se fazer nada”.
A paternidade foi outro momento importante para moldá-lo, partilhou. “Foi a partir da paternidade que eu comecei a ter noção da responsabilidade que eu tinha sobre outras pessoas, onde comecei a ter noção da importância de partilhar e demonstrar amor ao próximo. Onde comecei a perceber que pessoas à minha volta, que trabalham comigo, também têm filhos para criar e precisam dar a eles aquilo que dou ou quero dar aos meus filhos. Então, a paternidade, para mim, elevou-me a um patamar de responsabilidade muito importante para a liderança que eu exerço hoje junto das pessoas que fazem parte da empresa que estou a gerir”, concluiu.
*Com Natália Delessi