Prendi novamente as lágrimas da emoção ao ouvir Carlitos a lamentar o primo Zeca. “Mestre é mestre”, já havia afirmado silenciosamente quando entoou “Marçalina qu´infância difícil...” e ainda quando lançou em Kimbundu o “Birin Birin” ou aquele “Nvula yeza kia...” carregado de completa originalidade que inspira ao aprendizado urgente, enquanto o tempo não faz das suas.
Valeu a pena dar tempo ao tempo para que um jovem atrevido pudesse aproximar a sua guitarra eléctrica, ao estilo de Benson, às cordas de nylon do mais velho que ajeitou o habitual dedilhar complexo e inteiro, das rimas poéticas nos acordes típicos do semba cru e apetitoso. Mário Gomes poderá ser das poucas referências da música complexa do Jazz angolano com raíz em New Orleans, lá noutro estado mais a norte. É bastante original e curioso, sendo corajoso o suficiente para lançar-se a este projecto de deixar um legado culturalmente mais rico.
Foi fantástico apreciar o que a música faz. No pequeno espaço promovido pelo Jazzin, onde o seu gerente oferece atenção personalizada no convite a eventos similares, onde vozes e artistas plásticos oferecem a sua arte com uma destreza que despreza o fim de cada evento.
Carlitos Vieira Dias é sem dúvidas um profissional que ainda tem no linguajar firme o verdadeiro Kimbundu que os mais novos não sabem falar. Um alerta para quem ainda tem por perto um ou uma dikota falante que possa ensinar pacientemente a ver se preservamos esses sons e palavras com peso cultural e histórico imensurável.
Para quem ainda não percebeu, e sem qualquer desprimor aos mais novos intérpretes do Semba, experimente assistir ao vivo alguns dos nossos mais velhos nas artes que lhes compete a verborear livremente e com a firmeza necessária a língua da terra.
Não tenho letras suficientes para descrever e honrar a originalidade do mais velho, quem admiro há anos (o nosso primeiro encontro foi num espetáculo onde a sua vigorosa voz ocultou o som das guitarras, tambores e batuques e nem deu tempo para aperceber-me da existência de colunas amplificadoras naquela sala... parecia o rugido de um leão gigante nas suas quatro ou cinco palavras, e o resto somente seguiu a onda e...wow), mas fica aqui este pequeno texto que com respeito lanço ao público que ainda não se deixou impressionar.
Prendi novamente as lágrimas da emoção ao ouvir Carlitos a lamentar o primo Zeca. “Mestre é mestre”, já havia afirmado silenciosamente quando entoou “Marçalina qu´infância difícil...” e ainda quando lançou em Kimbundu o “Birin Birin” ou aquele “Nvula yeza kia...” carregado de completa originalidade que inspira ao aprendizado urgente, enquanto o tempo não faz das suas.
Valeu a pena dar tempo ao tempo para que um jovem atrevido pudesse aproximar a sua guitarra eléctrica, ao estilo de Benson, às cordas de nylon do mais velho que ajeitou o habitual dedilhar complexo e inteiro, das rimas poéticas nos acordes típicos do semba cru e apetitoso. Mário Gomes poderá ser das poucas referências da música complexa do Jazz angolano com raíz em New Orleans, lá noutro estado mais a norte. É bastante original e curioso, sendo corajoso o suficiente para lançar-se a este projecto de deixar um legado culturalmente mais rico.
Foi fantástico apreciar o que a música faz. No pequeno espaço promovido pelo Jazzin, onde o seu gerente oferece atenção personalizada no convite a eventos similares, onde vozes e artistas plásticos oferecem a sua arte com uma destreza que despreza o fim de cada evento.
Carlitos Vieira Dias é sem dúvidas um profissional que ainda tem no linguajar firme o verdadeiro Kimbundu que os mais novos não sabem falar. Um alerta para quem ainda tem por perto um ou uma dikota falante que possa ensinar pacientemente a ver se preservamos esses sons e palavras com peso cultural e histórico imensurável.
Para quem ainda não percebeu, e sem qualquer desprimor aos mais novos intérpretes do Semba, experimente assistir ao vivo alguns dos nossos mais velhos nas artes que lhes compete a verborear livremente e com a firmeza necessária a língua da terra.
Não tenho letras suficientes para descrever e honrar a originalidade do mais velho, quem admiro há anos (o nosso primeiro encontro foi num espetáculo onde a sua vigorosa voz ocultou o som das guitarras, tambores e batuques e nem deu tempo para aperceber-me da existência de colunas amplificadoras naquela sala... parecia o rugido de um leão gigante nas suas quatro ou cinco palavras, e o resto somente seguiu a onda e...wow), mas fica aqui este pequeno texto que com respeito lanço ao público que ainda não se deixou impressionar.