A disseminação do medo parece que ocorre nestes últimos dias com maior espontaneidade, o que não é nada bom para quem decidiu conhecer o mundo neste ano.
Basta nós ligarmos as nossas rádios ou televisões para estarmos expostos aos estímulos do amedrontado. Esse sentimento tem sido causado pelas grandes ondas de informações que recebemos diariamente. Usando como base as últimas ocorrências em solo asiático, «que eu prometo não abordar», tem sido realmente difícil encontrar um dia sem motivos de fugir do planeta, « daquele tipo de dias em que as informações relevantes são relacionadas com as mulheres dispostas a sacrificarem os olhos em prol duma pestana mais longa».
Porém, parece que o ocidente não está preocupado em saber se entre o homem e a mulher quem deveria pagar a conta. E possivelmente no médio oriente há assuntos mais importantes do que cantores jurando terem beijado a filha dum ex-presidente. É isso mesmo, as últimas sucessões mundiais têm sido uma prova clara de que o descanso para os ímpios não foi reservado para esse ano.
Raramente temos tido um sossego, e é aporrinhador despertar e logo se dar de frente com a notícia de que “Rússia invade a Ucrânia” ou “Burkina Faso sofre um segundo golpe de Estado em oito meses”. Tem sido um monte de informações que parecem desconhecer um freio.
Querido leitor, o que se tem visto é que quando julgamos que as coisas não podem piorar, nos damos de cara com a notícia sobre a ocorrência de um incêndio em Havaí, que registou aproximadamente 1.100 pessoas desaparecidas, e quiçá a mulher dos seus sonhos faça parte destes números, e sendo assim, para além de se empatizar com as dores das vítimas, você é forçado a ter que sonhar novamente até encontrar uma nova mulher, como se fosse algo simples de se conseguir. Ignorar essas questões tornaram-se numa missão impossível. Não só porque não podermos contar com a técnicas do Tom Cruise, mas por não termos muitas vezes noção do perigo, porquanto, querendo ou não, estamos todos expostos aos diversos estímulos que são um atentado à nossa calmaria emocional.
Por exemplo, na passada terça feira tive uma conversa com um homem pelo qual nutro uma grande admiração (não me refiro ao Bento Kangamba). Essa pessoa me revelou que tem uma oportunidade de trabalho em risco devido ao confronto que ocorre atualmente entre a Palestina (Hamas) e o Israel. O inquietante nesta situação é que ele possivelmente nunca ofendeu nenhum judeu, pois, como eu disse, ele não é o Bento Kangamba, mas ainda assim pode ser atingido pelos estilhaços dum conflito que ocorre a 10.512 km de distância da sua localidade.
Já houve tempos em que julguei que não memorizaríamos tão cedo as cores duma bandeira diferente da ucraniana e russa. Entretanto, parece que os conflitos do médio oriente decidiram mudar o rumo das notícias no mundo. De forma mágica tornaram-se exclusivamente na guerra mais falada nos últimos dias. E como recompensa ganharam o direito de as suas bandeiras serem frequentemente expostas para evitarem as mil palavras. E como prova, as bandeiras destes países agora são mais freqüentes na CNN Portugal do que as bandeiras da Rússia e da Ucrânia (se houver descuido por parte dos responsáveis desta cadeia televisiva, essas flâmulas podem acabar como sendo o logotipo da CNN Portugal enquanto o conflito durar).
Antes que me desvie do meu objetivo que se resume “expressamente” em evitar falar “expressamente” de coisa alguma, gostava de reforçar que parece nos encontrarmos numa onde sucessiva de negatividade, medo, polêmicas e relutância sobre qualquer assunto. Por exemplo, há menos pessoas a serem nomeadas para o Prêmio Nobel da Paz do que homens capazes de tudo por um nada que gera um ilusório tudo (quis parecer profundo, mas acabei sem entender o que eu quis dizer). O que significa toda essa confusão? Reformulando, na verdade, a obsessão pelo poder tem gerado um renascimento da lei do mais forte e essa constante instabilidade tem chocado com aquilo que deveria ser o principal objetivo da vida em sociedade, “viver em harmonia”.
Tem se propagando uma onda de intolerância nos últimos tempos. Como resultado, nós figurantes desta luta entre egos vivemos com a cultura do medo. Vivemos inseguros sobre o provir. As fontes noticiares que arremessam “o jogo de desastre entre os homens” têm providenciado um show de horrores. Por vezes tentamos buscar a paz, mas a paz infelizmente não vende jornais. E os noticiários não querem saber quanta vezes os deputados vão à casa de banho durante as reuniões no parlamento (algo que eu acho ser de extrema importância), nem quantos motoristas não morreram na última sexta feira.
Nos inicios do ano 2019, o mundo mergulhou numa pandemia cujo nome é possível de se encontrar na Google. – Alerta de spoiler! “O nome da pandemia termina com o número 19”. Durante esses tempos vivemos à custa do medo, incertos e embutidos de informações que não descartavam as hipóteses de sermos infectados pela doença que nos obrigou a vivermos em confinamento.
A guerra da Ucrânia, a tentativa de Prigozhin, golpes de Estado em África, o desafio de Putin, o incêndio em Havaí, e agora a guerra no Israel, que perdura há sete décadas. Cada actualização nos boletins informativos tem nos coagido a nos rechearmos de medo. É realmente difícil de se acreditar que estes conflitos sejam resolvidos com tanta facilidade, igual o perdão da FAF ao Petro de Luanda.
Já alguma vez, leitor, teve aquela sensação de querer que parem de falar ou escrever sobre um certo assunto? Creio que não. Ou seja, possivelmente não é um sentimento muito frequente, pelo facto de as pessoas quererem se manter actualizadas sobre tudo (só continuam a ignorar o número de vezes que um deputado vai ao banheiro durante uma sessão parlamentar, porque esses dados podem ajudar-nos a diagnosticar infecção urinária nos homens que não se parecem com o povo).
Odeio ter de admitir, mas não sou do tipo de pessoa que quer saber sobre as guerras. Não é falta de empatia, nem idiotice da minha parte. Entretanto, é uma aversão a qualquer informação que não consigo mudar. No máximo, o que posso fazer para alterar o cenário conflituoso é partilhar um comentário no Facebook ou Youtube onde espelho o sentimento de empatia com as pessoas lesadas. Em seguida, antes que me aperceba, estarei no feed de notícias e reagindo com risos numa idiotice publicada, como, por exemplo, “dois pastores religiosos orgulhosos por serem usados como objectos de retardação por um esquadrão que voa rumo a glória”. Depois, fico com amnesia sobre as sucessões que ocorrem na Ucrânia, Síria, Burkina Faso, RCA e entre a Palestina e o Israel. E esse loop repetir-se-á enquanto todas as notícias me levarem neste contexto de dor e catástrofes.
Parece que o presidente russo, Vladimir Putin, reparou que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia está a ser colocado em segundo plano. No sábado (7), ele apontou o dedo ao país de Joe Biden, alegando que esse conflito que sucede no Médio Oriente é um claro exemplo de fracasso da política EUA nestas regiões. «Acho que o Volodymyr Zelensky não ficará muito feliz em saber que o confronto entre os russos e ucranianos tem um concorrente de peso, sendo assim, possivelmente vai ser mais difícil sobreviverem neste inverno».
Pese embora não esteja aqui para falar da guerra, o presidente ucraniano só quer alguma coisa que mata à longa distância. Na visão do líder ucraniano, o nome da arma não é muito importante. Desde que cause estragos, tudo bem. Embora eu não queira escrever sobre as guerras, eu fico realmente frustrado que os líderes governamentais não respeitam os nomes das armas. O presidente Zelensky poderia muito bem escrever o nome da arma no papel, ou quiçá respeitar o direito da arma em ter um nome. Essa é mais uma prova de que assistir aos noticiários não é uma boa opção para quem acredita numa vida harmônica. Há anos que se propagou a cultura do medo, “Covid-19”, “bombas atômicas”, “golpes de Estados”, “grupos de mercenários”, “incêndios”, “guerras”, muitas informações que tornam cada vez mais difícil viver sem olhar para os lados.
Vivemos assistindo crimes em demasia e os culpados nem transparecem olheira. Os noticiários televisivos continuam a trazer à tona o caos, mas os porta-vozes parecem muito tranquilos, uma contradição com as realidades ilustradas.
Para os menos atentos, a guerra do Oriente Médio, o conflito dura há mais de cinco décadas. O mundo actual nos possibilita ser expectadores assíduos deste conflito. E até certo ponto eu sinto um pingo de inveja daquela geração que desconhecia o fácil acesso às informações. De salientar que ouvir dizer é diferente do ver ou viver.
Como eu desejei no início; “não tenciono falar sobre a guerra”. Se houve algum descumprimento da minha promessa, peço desculpas. Da próxima vez, ao invés de pedir que me tapem a boca, implorarei que alguém me roube o teclado do computador. Mas como prevenção, por favor, ponham-me um pano na boca antes que eu fale da guerra.
A disseminação do medo parece que ocorre nestes últimos dias com maior espontaneidade, o que não é nada bom para quem decidiu conhecer o mundo neste ano.
Basta nós ligarmos as nossas rádios ou televisões para estarmos expostos aos estímulos do amedrontado. Esse sentimento tem sido causado pelas grandes ondas de informações que recebemos diariamente. Usando como base as últimas ocorrências em solo asiático, «que eu prometo não abordar», tem sido realmente difícil encontrar um dia sem motivos de fugir do planeta, « daquele tipo de dias em que as informações relevantes são relacionadas com as mulheres dispostas a sacrificarem os olhos em prol duma pestana mais longa».
Porém, parece que o ocidente não está preocupado em saber se entre o homem e a mulher quem deveria pagar a conta. E possivelmente no médio oriente há assuntos mais importantes do que cantores jurando terem beijado a filha dum ex-presidente. É isso mesmo, as últimas sucessões mundiais têm sido uma prova clara de que o descanso para os ímpios não foi reservado para esse ano.
Raramente temos tido um sossego, e é aporrinhador despertar e logo se dar de frente com a notícia de que “Rússia invade a Ucrânia” ou “Burkina Faso sofre um segundo golpe de Estado em oito meses”. Tem sido um monte de informações que parecem desconhecer um freio.
Querido leitor, o que se tem visto é que quando julgamos que as coisas não podem piorar, nos damos de cara com a notícia sobre a ocorrência de um incêndio em Havaí, que registou aproximadamente 1.100 pessoas desaparecidas, e quiçá a mulher dos seus sonhos faça parte destes números, e sendo assim, para além de se empatizar com as dores das vítimas, você é forçado a ter que sonhar novamente até encontrar uma nova mulher, como se fosse algo simples de se conseguir. Ignorar essas questões tornaram-se numa missão impossível. Não só porque não podermos contar com a técnicas do Tom Cruise, mas por não termos muitas vezes noção do perigo, porquanto, querendo ou não, estamos todos expostos aos diversos estímulos que são um atentado à nossa calmaria emocional.
Por exemplo, na passada terça feira tive uma conversa com um homem pelo qual nutro uma grande admiração (não me refiro ao Bento Kangamba). Essa pessoa me revelou que tem uma oportunidade de trabalho em risco devido ao confronto que ocorre atualmente entre a Palestina (Hamas) e o Israel. O inquietante nesta situação é que ele possivelmente nunca ofendeu nenhum judeu, pois, como eu disse, ele não é o Bento Kangamba, mas ainda assim pode ser atingido pelos estilhaços dum conflito que ocorre a 10.512 km de distância da sua localidade.
Já houve tempos em que julguei que não memorizaríamos tão cedo as cores duma bandeira diferente da ucraniana e russa. Entretanto, parece que os conflitos do médio oriente decidiram mudar o rumo das notícias no mundo. De forma mágica tornaram-se exclusivamente na guerra mais falada nos últimos dias. E como recompensa ganharam o direito de as suas bandeiras serem frequentemente expostas para evitarem as mil palavras. E como prova, as bandeiras destes países agora são mais freqüentes na CNN Portugal do que as bandeiras da Rússia e da Ucrânia (se houver descuido por parte dos responsáveis desta cadeia televisiva, essas flâmulas podem acabar como sendo o logotipo da CNN Portugal enquanto o conflito durar).
Antes que me desvie do meu objetivo que se resume “expressamente” em evitar falar “expressamente” de coisa alguma, gostava de reforçar que parece nos encontrarmos numa onde sucessiva de negatividade, medo, polêmicas e relutância sobre qualquer assunto. Por exemplo, há menos pessoas a serem nomeadas para o Prêmio Nobel da Paz do que homens capazes de tudo por um nada que gera um ilusório tudo (quis parecer profundo, mas acabei sem entender o que eu quis dizer). O que significa toda essa confusão? Reformulando, na verdade, a obsessão pelo poder tem gerado um renascimento da lei do mais forte e essa constante instabilidade tem chocado com aquilo que deveria ser o principal objetivo da vida em sociedade, “viver em harmonia”.
Tem se propagando uma onda de intolerância nos últimos tempos. Como resultado, nós figurantes desta luta entre egos vivemos com a cultura do medo. Vivemos inseguros sobre o provir. As fontes noticiares que arremessam “o jogo de desastre entre os homens” têm providenciado um show de horrores. Por vezes tentamos buscar a paz, mas a paz infelizmente não vende jornais. E os noticiários não querem saber quanta vezes os deputados vão à casa de banho durante as reuniões no parlamento (algo que eu acho ser de extrema importância), nem quantos motoristas não morreram na última sexta feira.
Nos inicios do ano 2019, o mundo mergulhou numa pandemia cujo nome é possível de se encontrar na Google. – Alerta de spoiler! “O nome da pandemia termina com o número 19”. Durante esses tempos vivemos à custa do medo, incertos e embutidos de informações que não descartavam as hipóteses de sermos infectados pela doença que nos obrigou a vivermos em confinamento.
A guerra da Ucrânia, a tentativa de Prigozhin, golpes de Estado em África, o desafio de Putin, o incêndio em Havaí, e agora a guerra no Israel, que perdura há sete décadas. Cada actualização nos boletins informativos tem nos coagido a nos rechearmos de medo. É realmente difícil de se acreditar que estes conflitos sejam resolvidos com tanta facilidade, igual o perdão da FAF ao Petro de Luanda.
Já alguma vez, leitor, teve aquela sensação de querer que parem de falar ou escrever sobre um certo assunto? Creio que não. Ou seja, possivelmente não é um sentimento muito frequente, pelo facto de as pessoas quererem se manter actualizadas sobre tudo (só continuam a ignorar o número de vezes que um deputado vai ao banheiro durante uma sessão parlamentar, porque esses dados podem ajudar-nos a diagnosticar infecção urinária nos homens que não se parecem com o povo).
Odeio ter de admitir, mas não sou do tipo de pessoa que quer saber sobre as guerras. Não é falta de empatia, nem idiotice da minha parte. Entretanto, é uma aversão a qualquer informação que não consigo mudar. No máximo, o que posso fazer para alterar o cenário conflituoso é partilhar um comentário no Facebook ou Youtube onde espelho o sentimento de empatia com as pessoas lesadas. Em seguida, antes que me aperceba, estarei no feed de notícias e reagindo com risos numa idiotice publicada, como, por exemplo, “dois pastores religiosos orgulhosos por serem usados como objectos de retardação por um esquadrão que voa rumo a glória”. Depois, fico com amnesia sobre as sucessões que ocorrem na Ucrânia, Síria, Burkina Faso, RCA e entre a Palestina e o Israel. E esse loop repetir-se-á enquanto todas as notícias me levarem neste contexto de dor e catástrofes.
Parece que o presidente russo, Vladimir Putin, reparou que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia está a ser colocado em segundo plano. No sábado (7), ele apontou o dedo ao país de Joe Biden, alegando que esse conflito que sucede no Médio Oriente é um claro exemplo de fracasso da política EUA nestas regiões. «Acho que o Volodymyr Zelensky não ficará muito feliz em saber que o confronto entre os russos e ucranianos tem um concorrente de peso, sendo assim, possivelmente vai ser mais difícil sobreviverem neste inverno».
Pese embora não esteja aqui para falar da guerra, o presidente ucraniano só quer alguma coisa que mata à longa distância. Na visão do líder ucraniano, o nome da arma não é muito importante. Desde que cause estragos, tudo bem. Embora eu não queira escrever sobre as guerras, eu fico realmente frustrado que os líderes governamentais não respeitam os nomes das armas. O presidente Zelensky poderia muito bem escrever o nome da arma no papel, ou quiçá respeitar o direito da arma em ter um nome. Essa é mais uma prova de que assistir aos noticiários não é uma boa opção para quem acredita numa vida harmônica. Há anos que se propagou a cultura do medo, “Covid-19”, “bombas atômicas”, “golpes de Estados”, “grupos de mercenários”, “incêndios”, “guerras”, muitas informações que tornam cada vez mais difícil viver sem olhar para os lados.
Vivemos assistindo crimes em demasia e os culpados nem transparecem olheira. Os noticiários televisivos continuam a trazer à tona o caos, mas os porta-vozes parecem muito tranquilos, uma contradição com as realidades ilustradas.
Para os menos atentos, a guerra do Oriente Médio, o conflito dura há mais de cinco décadas. O mundo actual nos possibilita ser expectadores assíduos deste conflito. E até certo ponto eu sinto um pingo de inveja daquela geração que desconhecia o fácil acesso às informações. De salientar que ouvir dizer é diferente do ver ou viver.
Como eu desejei no início; “não tenciono falar sobre a guerra”. Se houve algum descumprimento da minha promessa, peço desculpas. Da próxima vez, ao invés de pedir que me tapem a boca, implorarei que alguém me roube o teclado do computador. Mas como prevenção, por favor, ponham-me um pano na boca antes que eu fale da guerra.