Se existem pessoas sendo afectadas pela subida do preço da cesta básica, o tio Sam, o tio Luca ou a Dona Xepa, estes devem estar a se sentir abandonados pelas famílias angolanas que diziam serem consumidores fiéis nos tempos das vacas gordas. Hoje até as vacas optaram pelo “fitness” e as coisas já não são tão apaziguantes.
O cenário económico angolano tem registado uma grande instabilidade neste último ano. Sendo assim, uma boa parte das famílias angolana tem optado em fazer “sócia” – ou “juntar dinheiro com outras famílias a fim de arrumarem comida”. Nos estabelecimentos comerciais os preços dos produtos da primeira para a segunda semana do mês de Agosto registaram um aumento de 25%, um impacto da desvalorização da moeda. Essa realidade tem obrigado as famílias angolanas a pisarem nos freios e a adoptarem uma rotina alimentar minimalista. Esse cenário tem reflectido principalmente na vida dos agregados familiares com mais pessoas do que uma equipe inicial de basquetebol, esses agregados que dependem dum salário tão baixo que, se decidissem comprar uma grade de refrigerante para celebrarem o acesso da seleção angolana de futebol para o CAN 2024, precisariam de trabalhar horas extras para ao menos conseguirem pagar o táxi.
Para quem tenciona desfrutar futuramente da comodidade num Ranger Rover, o meu conselho é que tire a caixa de frango das despesas alimentares, adopte a prática da pesca, ou vá até ao monte e implore que haja uma valorização da nossa moeda, que nem com a sua maior nota é possível pagar um café expresso nalguns restaurantes em Los Angeles.
O preço da cesta básica segue sendo superior ao salário mínimo de 32.181,15 Kzs. O preço da caixa de frango, litros de óleo vegetal e o arroz não dão quaisquer indicadores de reajustes. Em algumas lojas, o custo do arroz equipara-se com o preço dum par de tênis da marca GLX, quando essa foi lançada.
As variações dos preços da cesta básica têm condicionado uma série de famílias que vivem com menos de um dólar por dia. Diz-se muito sobre o povo angolano ser um povo alegre e contagiante, mas essa alegria talvez seja relativa como a fome, como certa vez o presidente afirmou. Sem paz no prato, as razões para festejar estão a escassear.
“Nada dura para sempre”. Essa frase esbarra no facto de que, pese embora sejamos seres finitos e as necessidades ilimitadas, e desta feita temos a responsabilidade de garantir a paz e harmonia para através da resolução dos problemas ao nosso alcance. Isso começaria por se ter um salário que nos permitisse viver com o mínimo. A cesta básica não pode ser mais inacessível do que o Presidente da República. Sendo assim, tem de se arranjar um reajuste neste cenário, pois parece que os governantes decidiram banalizar o incenso social.
Mas o que se deve fazer para mudar essa realidade? O que não faltam são economistas no Governo para responder a essa questão de maneira prática — só espero que não estejam todos de férias no Dubai ou tão atarefados com as escolhas dos fatos, ao ponto de se esquecerem de que o custo de vida em Angola é desproporcional ao rendimento mensal dos funcionários que não têm direito aos Lexus e aos ginásios.
Se existem pessoas sendo afectadas pela subida do preço da cesta básica, o tio Sam, o tio Luca ou a Dona Xepa, estes devem estar a se sentir abandonados pelas famílias angolanas que diziam serem consumidores fiéis nos tempos das vacas gordas. Hoje até as vacas optaram pelo “fitness” e as coisas já não são tão apaziguantes.
O cenário económico angolano tem registado uma grande instabilidade neste último ano. Sendo assim, uma boa parte das famílias angolana tem optado em fazer “sócia” – ou “juntar dinheiro com outras famílias a fim de arrumarem comida”. Nos estabelecimentos comerciais os preços dos produtos da primeira para a segunda semana do mês de Agosto registaram um aumento de 25%, um impacto da desvalorização da moeda. Essa realidade tem obrigado as famílias angolanas a pisarem nos freios e a adoptarem uma rotina alimentar minimalista. Esse cenário tem reflectido principalmente na vida dos agregados familiares com mais pessoas do que uma equipe inicial de basquetebol, esses agregados que dependem dum salário tão baixo que, se decidissem comprar uma grade de refrigerante para celebrarem o acesso da seleção angolana de futebol para o CAN 2024, precisariam de trabalhar horas extras para ao menos conseguirem pagar o táxi.
Para quem tenciona desfrutar futuramente da comodidade num Ranger Rover, o meu conselho é que tire a caixa de frango das despesas alimentares, adopte a prática da pesca, ou vá até ao monte e implore que haja uma valorização da nossa moeda, que nem com a sua maior nota é possível pagar um café expresso nalguns restaurantes em Los Angeles.
O preço da cesta básica segue sendo superior ao salário mínimo de 32.181,15 Kzs. O preço da caixa de frango, litros de óleo vegetal e o arroz não dão quaisquer indicadores de reajustes. Em algumas lojas, o custo do arroz equipara-se com o preço dum par de tênis da marca GLX, quando essa foi lançada.
As variações dos preços da cesta básica têm condicionado uma série de famílias que vivem com menos de um dólar por dia. Diz-se muito sobre o povo angolano ser um povo alegre e contagiante, mas essa alegria talvez seja relativa como a fome, como certa vez o presidente afirmou. Sem paz no prato, as razões para festejar estão a escassear.
“Nada dura para sempre”. Essa frase esbarra no facto de que, pese embora sejamos seres finitos e as necessidades ilimitadas, e desta feita temos a responsabilidade de garantir a paz e harmonia para através da resolução dos problemas ao nosso alcance. Isso começaria por se ter um salário que nos permitisse viver com o mínimo. A cesta básica não pode ser mais inacessível do que o Presidente da República. Sendo assim, tem de se arranjar um reajuste neste cenário, pois parece que os governantes decidiram banalizar o incenso social.
Mas o que se deve fazer para mudar essa realidade? O que não faltam são economistas no Governo para responder a essa questão de maneira prática — só espero que não estejam todos de férias no Dubai ou tão atarefados com as escolhas dos fatos, ao ponto de se esquecerem de que o custo de vida em Angola é desproporcional ao rendimento mensal dos funcionários que não têm direito aos Lexus e aos ginásios.