Desculpem-me os linguistas pela tradução, quiçá não muito correcta, das palavras do Presidente Paul Kagame. Diz ele o seguinte: “Prefiro argumentar que precisamos mobilizar a mentalidade certa, ao invés de mais recursos. Afinal, em África temos tudo o que precisamos em termos reais. Seja o que for que estiver em falta, temos os meios para adquirir. No entanto, permanecemos mentalmente amarrados à ideia de que nada avança sem financiamento externo. Pedinchamos mesmo por coisas que já temos. Isso é em absoluto uma falha de mentalidade”.
Diria eu que é claramente a mentalidade errada, que tem origem na estrutura de organização e liderança política local. Não posso deixar de concordar com Paul Kagame. África precisa de aprofundar mais este tipo de assuntos. Vem aí mais um Dia de África - 25 de Maio. Porque não discutir este assunto ao invés dos tradicionais pressupostos da tese do neocolonialismo?
Até o sector agrícola, que tem capacidade de autofinanciar parte do seu subsector, reclama de falta de financiamentos. E vivemos mentalizados de que o sector não cresce sem financiamento externo para grandes projectos. O mesmo para o sector da saúde. A solução para uma parte substancial dos graves problemas de saúde pública depende de uma liderança comunitária forte e capaz de mobilizar recursos localmente. Como disse acima, a estrutura de liderança local é determinante para se inverter essa mentalidade. Só uma liderança local forte pode provocar o corte com a mentalidade da dependência do exterior.
Preocupa-me a crise de liderança a nível local. Se pudéssemos consertar isso, estaríamos a pedinchar muito menos, porque daríamos mais voz às comunidades. Não temos sido capazes de mobilizar e organizar comunidades para transformar o ambiente local.
Penso que precisamos de rever e fortalecer urgentemente as nossas percepções de liderança em todas as esferas da sociedade. Uma linha de comando central vertical não fortalece lideranças locais. Em 2001, no Instituto de Estudos Africanos em Ithaca, Nova Iorque, questionei "se o tempo havia parado de produzir bons líderes e/ou se os regimes políticos suprimiam o surgimento de líderes genuínos". O debate foi obviamente interminável, mas havia uma visão comum entre nós, ou seja, os líderes são um produto do seu próprio tempo. Como vivemos tempos terríveis, o tempo está a produzir líderes igualmente terríveis.
Preocupa-me a crise de liderança a nível local. Se pudéssemos consertar isso, estaríamos a pedinchar muito menos, porque daríamos mais voz às comunidades. Não temos sido capazes de mobilizar e organizar comunidades para transformar o ambiente local. A grande necessidade de transformação social a que aspirámos na independência deve começar no nível local, com forte liderança. Será que temos liberdade suficiente para mobilizar movimentos fortes a nível local? Será possível mobilizar a mentalidade certa sem a liberdade para organizar e mobilizar comunidades a nível local? Será que não percebemos que isso impede muitos países africanos de seguir em frente. A 25 de Maio discutimos sistematicamente as mega questões que atrasam o desenvolvimento de África. Este ano, sugiro que nos afastemos da política tradicional e discutamos a liderança local como um vector de desenvolvimento em África.
Desculpem-me os linguistas pela tradução, quiçá não muito correcta, das palavras do Presidente Paul Kagame. Diz ele o seguinte: “Prefiro argumentar que precisamos mobilizar a mentalidade certa, ao invés de mais recursos. Afinal, em África temos tudo o que precisamos em termos reais. Seja o que for que estiver em falta, temos os meios para adquirir. No entanto, permanecemos mentalmente amarrados à ideia de que nada avança sem financiamento externo. Pedinchamos mesmo por coisas que já temos. Isso é em absoluto uma falha de mentalidade”.
Diria eu que é claramente a mentalidade errada, que tem origem na estrutura de organização e liderança política local. Não posso deixar de concordar com Paul Kagame. África precisa de aprofundar mais este tipo de assuntos. Vem aí mais um Dia de África - 25 de Maio. Porque não discutir este assunto ao invés dos tradicionais pressupostos da tese do neocolonialismo?
Até o sector agrícola, que tem capacidade de autofinanciar parte do seu subsector, reclama de falta de financiamentos. E vivemos mentalizados de que o sector não cresce sem financiamento externo para grandes projectos. O mesmo para o sector da saúde. A solução para uma parte substancial dos graves problemas de saúde pública depende de uma liderança comunitária forte e capaz de mobilizar recursos localmente. Como disse acima, a estrutura de liderança local é determinante para se inverter essa mentalidade. Só uma liderança local forte pode provocar o corte com a mentalidade da dependência do exterior.
Preocupa-me a crise de liderança a nível local. Se pudéssemos consertar isso, estaríamos a pedinchar muito menos, porque daríamos mais voz às comunidades. Não temos sido capazes de mobilizar e organizar comunidades para transformar o ambiente local.
Penso que precisamos de rever e fortalecer urgentemente as nossas percepções de liderança em todas as esferas da sociedade. Uma linha de comando central vertical não fortalece lideranças locais. Em 2001, no Instituto de Estudos Africanos em Ithaca, Nova Iorque, questionei "se o tempo havia parado de produzir bons líderes e/ou se os regimes políticos suprimiam o surgimento de líderes genuínos". O debate foi obviamente interminável, mas havia uma visão comum entre nós, ou seja, os líderes são um produto do seu próprio tempo. Como vivemos tempos terríveis, o tempo está a produzir líderes igualmente terríveis.
Preocupa-me a crise de liderança a nível local. Se pudéssemos consertar isso, estaríamos a pedinchar muito menos, porque daríamos mais voz às comunidades. Não temos sido capazes de mobilizar e organizar comunidades para transformar o ambiente local. A grande necessidade de transformação social a que aspirámos na independência deve começar no nível local, com forte liderança. Será que temos liberdade suficiente para mobilizar movimentos fortes a nível local? Será possível mobilizar a mentalidade certa sem a liberdade para organizar e mobilizar comunidades a nível local? Será que não percebemos que isso impede muitos países africanos de seguir em frente. A 25 de Maio discutimos sistematicamente as mega questões que atrasam o desenvolvimento de África. Este ano, sugiro que nos afastemos da política tradicional e discutamos a liderança local como um vector de desenvolvimento em África.