Do cimo do cume da montanha, nos acostumados galhos, as aves pousavam pacientes e eis que a Energia se fez Nova. Quando o nível de expectativa debitada era limitado pelo conforto da pontualidade, conveniência e qualidade no serviço, a roleta da vez elegeu um show de homenagem a Ruy Mingas e, desta maneira, mais uma vez, a promotora de eventos Nova Energia, por intermédio da sua marca Show do Mês, voltou a fazer história. Em tempos em que a terra e a eternidade precisam de consumir os seus filhos para que elogios e exaltações dominem e boca e homenagem de todos, a Nova Energia optou por seguir um caminho mais consciente e proporcionar um momento de grande elevação dos feitos e obra do músico, poeta, político e atleta.

De sala preenchida por uma moldura humana que falava tanto quanto cantava, o Centro de Conferências de Belas (CCB) acolheu o evento. A estrutura física foi certamente incapaz de albergar a emoção do coração exprimida por lágrimas,reflexão e aplausos, transmitidas, todas,, em tempo real, pela internet, para todo o mundo.

A riqueza, profundidade e grandiosidade da obra de Ruy Mingas garantiu a montagem de um pretendido espectáculo que a realidade converteu a vários espectáculos de viagens pelas emoções das pessoas, pelos sentimentos dos coração e pela história deste país.

O semblante, voz, sorriso e visível emoção de Ruy Mingas revelavam o senso de missão e sentimento de dever cumprido. Ele ficará para sempre marcado nas nossas vidas e corações.

Uma a uma, cada uma com a sua peculiaridade, as canções e o toque, pelos vários poemas que musicou, de Ruy Mingas foram homenageados por jovens artistas angolanos que elevaram, de modo indescritível, a qualidade e relevância do momento. É daí onde emana, também, uma das características do Show do Mês, a de garantir que artistas angolanos, mesmo fora dos padrões convencionais dos grandes públicos, continuem a fazer arte.

Dos meninos a volta da fogueira aos títulos em línguas nacionais, como o Birin Birin, por exemplo, grandes sucessos da música nacional foram cantados e vezes sem conta aplaudidos.

Como acontece na vida real os guiões foram quebrados, e ele mesmo, o homenageado,subiu ao palco onde cantou, duas vezes, ao lado daqueles que considerou os“sujeitos da sociedade”.

Apesar de a não ter visto, com os olhos de ver, receio que a mãe Angola tenha estado lá. Sentada, algures, nalguma daquelas cadeiras vermelhas da sala. Certamente feliz e emocionada pela homenagem merecida e tão bem prestada para um dos seus filhos tão queridos.

O semblante, voz, sorriso e visível emoção de Ruy Mingas revelavam o senso de missão e sentimento de dever cumprido. Ele ficará para sempre marcado nas nossas vidas e corações. E mesmo quando formos tão ingratos e incapazes de nos lembrarmos do nome dele, a entoação do hino nacional nas escolas, a cada manhã,ajudará sempre a lembrar aos meninos e meninas que Angola teve um filho de nome Ruy Mingas do qual será eternamente grata.

Para a Nova Energia fica o questionamento: “como é que é possível transformar um momento cultural em um sentimento patriótico?”.

“Antes não fosse DE ANGOLANOS PARA ANGOLANOS”, talvez diria o Yuri Simão.

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