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Alguém poderia explicar aos “pilotos” sobre a diferença entre um passeio e uma estrada?

Alguém poderia explicar aos “pilotos” sobre a diferença entre um passeio e uma estrada?
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Widralino

Já houve tempos em que ser piloto fazia parte dos cardápios de sonhos da maior parte das crianças que olhavam para essa profissão com grande admiração. O ofício de piloto era inicialmente entendido por elas de maneira restringida, como sendo destinada ao controle dum avião ou veículo de corrida e prontos! Quanto a todo o resto da aplicabilidade do termo, era descartada, como ocorreu com alguns estádios de futebol em Angola depois do CAN 2010.

Hoje, pelo número elevado de pilotos nas nossas estradas, parece que muitos alcançaram o tão desejado sonho. Diferente do que a maior parte dos miúdos almejava, os pilotos aos quais faço menção, eles usam capacetes e pilotam motorizadas de duas ou três rodas.

Por intermédio da música, os executores desta profissão deixaram bem claro que tal e qual os corredores da F1 e os condutores de aviões, eles também são “pilotos”. Isso só sucedeu depois duma grande onda de relutância aos nomes que eram usados para os qualificarem. Eles se recusam a ser tratados de ‘‘motoqueiros“ – e isso é aceitável, pois, nunca ouvi ninguém a tratar um piloto de avião por “aviero” ou “aviãoqueiro”. É eles serem tratados da mesma maneira que tratamos os condutores de avião.

Existe apenas um detalhe a ressaltar: da mesma maneira que eles conseguiram exigir que fossem tratados de maneira acertada, acredito que seria muito bom para todos os cidadãos angolanos que ao menos eles organizassem uma palestra com a finalidade de explicarem aos colegas da mesma área de profissão que existe uma diferença entre um “passeio” e “estrada”.

Nos últimos tempos, é possível testemunhar um grande fluxo da actividade de moto-táxis em Luanda. Essa actividade tem sido nos últimos meses uma verdadeira alternativa para os jovens conseguirem sustentar os seus respectivos domicílios e também uma grande alternativa para a demanda de transportes diariamente. Até aqui tudo bem e é de louvar essa atitude dos jovens que se recusam a atirar as toalhas para o chão. Essa actividade não se restringe unicamente nas zonas periféricas, pois nos centros urbanos é visível uma grande presença dos executantes em quase todos os lados da cidade capital.

Entretanto, eles têm de saber uma única coisa: “passeio” e “estrada” não são a mesma coisa. Quem diariamente faz o percurso da Av. Hoch Min, partindo do Largo das Heroínas para a Faculdade de Ciências Sociais da UAN, pode testemunhar o meu relato. A partir das dezassete horas, o engarrafamento nesta via é realmente aporrinhador. Em nenhum momento eu me esqueci de que a estrada não foi feita para os peões. Sendo assim, os homens que gravaram a música para nos lembrar de que eles são “pilotos” e não “motoqueiros” deveriam gravar uma nova música para recordar os pilotos de que os “passeios” não foram feitos para os nossos maravilhosos “pilotos” pilotarem as suas motorizadas.

Os peões que, muitas das vezes caminham dos Mártires até ao Largo das Escolas, têm noção de que devem triplicar o nível de atenção, pois parece que os nossos pilotos decidiram usar os passeios como pista de corrida. Um detalhe a se reforçar é que tudo isso ocorre no lado contrário do CISP e, sinceramente, não sei se eles não conseguem notar os riscos que os pedestres correm.

A profissão de pilotagem era catalogada principalmente aos aviões e aos motores de alta velocidade, mas parece que os jovens angolanos deliberaram tirar um tempo com a finalidade de buscar um significado mais aprofundado da palavra “piloto” e se descobriu o sentido amplo dela.  Se ao menos tirarem mais um tempo e procurarem entender que “estrada”e “passeio” não são sinônimos, isso já seria de grande ajuda para os peões que percorrem diariamente o singelo lado adverso do CISP.

E para concluir, alguém deve ter caluniado os moto-taxistas, pois o Governo Provincial de Luanda suspendeu a circulação de mototáxis em algumas vias da capital angolana. Essa situação desencadeou uma onda de contestações por parte dos “pilotos” de motorizadas e das pessoas que usufruem destes serviços.

Eu não vejo problema em eles continuarem a exercer as suas funções, desde que seja nas zonas apropriadas. Se for possível, o GPL deve congregar com os “motoqueiros” (se eles não respeitam os passeios, eu não tenho qualquer obrigação de lhes chamar “pilotos”) e buscar por uma solução para esse cenário, pois é inadmissível uma pessoa correr menos risco de vida no meio duma pista em relação aos passeios junto à Faculdade de “Direito”.

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Avelino João

Redactor

Avelino é um jovem luandense, apaixonado pelo universo literário, estudante do curso de Comunicação Social na Universidade Agostinho Neto. Tem experiência profissional na área de comunicação multiplataforma, é redator e criador do blogspot “Buscador Sem Metas” e leitor assíduo e mergulhado no universo da escrita há aproximadamente dez anos.

Já houve tempos em que ser piloto fazia parte dos cardápios de sonhos da maior parte das crianças que olhavam para essa profissão com grande admiração. O ofício de piloto era inicialmente entendido por elas de maneira restringida, como sendo destinada ao controle dum avião ou veículo de corrida e prontos! Quanto a todo o resto da aplicabilidade do termo, era descartada, como ocorreu com alguns estádios de futebol em Angola depois do CAN 2010.

Hoje, pelo número elevado de pilotos nas nossas estradas, parece que muitos alcançaram o tão desejado sonho. Diferente do que a maior parte dos miúdos almejava, os pilotos aos quais faço menção, eles usam capacetes e pilotam motorizadas de duas ou três rodas.

Por intermédio da música, os executores desta profissão deixaram bem claro que tal e qual os corredores da F1 e os condutores de aviões, eles também são “pilotos”. Isso só sucedeu depois duma grande onda de relutância aos nomes que eram usados para os qualificarem. Eles se recusam a ser tratados de ‘‘motoqueiros“ – e isso é aceitável, pois, nunca ouvi ninguém a tratar um piloto de avião por “aviero” ou “aviãoqueiro”. É eles serem tratados da mesma maneira que tratamos os condutores de avião.

Existe apenas um detalhe a ressaltar: da mesma maneira que eles conseguiram exigir que fossem tratados de maneira acertada, acredito que seria muito bom para todos os cidadãos angolanos que ao menos eles organizassem uma palestra com a finalidade de explicarem aos colegas da mesma área de profissão que existe uma diferença entre um “passeio” e “estrada”.

Nos últimos tempos, é possível testemunhar um grande fluxo da actividade de moto-táxis em Luanda. Essa actividade tem sido nos últimos meses uma verdadeira alternativa para os jovens conseguirem sustentar os seus respectivos domicílios e também uma grande alternativa para a demanda de transportes diariamente. Até aqui tudo bem e é de louvar essa atitude dos jovens que se recusam a atirar as toalhas para o chão. Essa actividade não se restringe unicamente nas zonas periféricas, pois nos centros urbanos é visível uma grande presença dos executantes em quase todos os lados da cidade capital.

Entretanto, eles têm de saber uma única coisa: “passeio” e “estrada” não são a mesma coisa. Quem diariamente faz o percurso da Av. Hoch Min, partindo do Largo das Heroínas para a Faculdade de Ciências Sociais da UAN, pode testemunhar o meu relato. A partir das dezassete horas, o engarrafamento nesta via é realmente aporrinhador. Em nenhum momento eu me esqueci de que a estrada não foi feita para os peões. Sendo assim, os homens que gravaram a música para nos lembrar de que eles são “pilotos” e não “motoqueiros” deveriam gravar uma nova música para recordar os pilotos de que os “passeios” não foram feitos para os nossos maravilhosos “pilotos” pilotarem as suas motorizadas.

Os peões que, muitas das vezes caminham dos Mártires até ao Largo das Escolas, têm noção de que devem triplicar o nível de atenção, pois parece que os nossos pilotos decidiram usar os passeios como pista de corrida. Um detalhe a se reforçar é que tudo isso ocorre no lado contrário do CISP e, sinceramente, não sei se eles não conseguem notar os riscos que os pedestres correm.

A profissão de pilotagem era catalogada principalmente aos aviões e aos motores de alta velocidade, mas parece que os jovens angolanos deliberaram tirar um tempo com a finalidade de buscar um significado mais aprofundado da palavra “piloto” e se descobriu o sentido amplo dela.  Se ao menos tirarem mais um tempo e procurarem entender que “estrada”e “passeio” não são sinônimos, isso já seria de grande ajuda para os peões que percorrem diariamente o singelo lado adverso do CISP.

E para concluir, alguém deve ter caluniado os moto-taxistas, pois o Governo Provincial de Luanda suspendeu a circulação de mototáxis em algumas vias da capital angolana. Essa situação desencadeou uma onda de contestações por parte dos “pilotos” de motorizadas e das pessoas que usufruem destes serviços.

Eu não vejo problema em eles continuarem a exercer as suas funções, desde que seja nas zonas apropriadas. Se for possível, o GPL deve congregar com os “motoqueiros” (se eles não respeitam os passeios, eu não tenho qualquer obrigação de lhes chamar “pilotos”) e buscar por uma solução para esse cenário, pois é inadmissível uma pessoa correr menos risco de vida no meio duma pista em relação aos passeios junto à Faculdade de “Direito”.

Avelino João

Redactor

Avelino é um jovem luandense, apaixonado pelo universo literário, estudante do curso de Comunicação Social na Universidade Agostinho Neto. Tem experiência profissional na área de comunicação multiplataforma, é redator e criador do blogspot “Buscador Sem Metas” e leitor assíduo e mergulhado no universo da escrita há aproximadamente dez anos.

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